segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A praça da matriz

Sentado na praça e ouvindo o Fernando Mendes
cantar...
”Mas quando eu passava
A sua tristeza chegava ao fim.
Sua boca pequena,
No mesmo instante,
Sorria pra mim”..

“Aquela menina era a felicidade
Que eu tanto esperei,
Mas não tive coragem e não lhe falei
Do meu grande amor e agora”...

Essa praça tinha muito do meu coração
No coreto sonhei ser prefeito
Prometer nunca mais prometer
“Mas não fui besta pra tirar onda de herói”

Apenas disputei namoradas com os amigos
Chorei de alegria e de tristezas
Corri e pulei sobre seus bancos
Olhei a lua se por, vi suas árvores crescerem.

Declamei versos sem anexos
Fui bobo, ativo e persuasivo
Passei noites e tardes sem pressa
Rezei e fui abençoado.

Agora que a praça mudou
O meu coração ficou sem graça
O meu coração está sem praça
“E por onde ela anda eu não sei”.

Autor Gilberto Fernandes Teixeira

domingo, 18 de setembro de 2011

Na Praça da CEMIG.



Quero apenas um banco de praça
Para ver o meu dia passar
Sentar assim meio sem graça
E toda graça ganhar.

Fico daqui meditando
Como o mundo é grande
Pequenos são os meus pensamentos
Pequenas são minhas ilusões.

Fico a imaginar
Como em “luz da ribalta”
O que passam são os corações
E as pessoas deste lugar.

A praça sempre se renova
Basta à primavera chegar
Folhas verdinhas e pássaros
Tudo aqui volta a cantar.

Neste grande cerradão
Em que plantei o meu coração
Basta “o cheiro das águas”
Para que possamos "florir e sorrir".

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Rio das velhas


Da Cachoeira das Andorinhas
Ele nunca chegou ao mar.
Antes desembocou no Velho Chico.
E fez seu sonho naufragar.

Águas que trouxeram os bandeirantes
Atrás das verdes esmeraldas e diamantes
Hoje são de cianobatérias
E nas suas margens a miséria
Das populações agonizantes.

Os índios lhe chamavam Guaicui
“Rio das águas correntes”
As lavadeiras o lavavam
Com sabão d’cuada e de tinguí.

Rio pescado, rio dragado,
Rio lavado, rio abençoado.
Rio poluído, rio esquecido,
Rio adormecido, rio agonizante.

Rio das velhas imortais.

Autor Gilberto Fernandes Teixeira

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Estação 02 (VZP)


“O tempo e o vento”
São duas constantes
Cortantes
Das almas.

Fiquei nesta estação
Por muitos anos
Meu trem nunca partia
Até me tornar um adulto.

Agora estou distante
Como um vagão esquecido
Meditando sobre a vida
Adormecido sobre os trilhos.

Tinha tantos sonhos...
Queria conhecer o mundo
Tinha alma de passarinho
Em um corpo de criança.

Mas hoje estou real
Senti o corte do tempo
Senti o frio do vento
E a minha poesia desvairou-se

Na estação da vida
Tive apenas encontros
Fiz muitos retornos
E completei a lista das saudades.

Autor; Gilberto Fernandes Teixeira.

sábado, 10 de setembro de 2011

Eternidade


Aproximo meu pensamento no infinito
e psicologicamente o transcrevo para
as areias virgens da memória.
Busco na imensidão do cosmo
uma estrela viajante para forjar a minha historia.
Solto o meu corpo no espaço
e deixo o vácuo limpar o meu espírito.
A matéria se debate ente a luz e o breu
e na agonia dos astros em células me desfaço.
Um ser alienígena recolhe meus fragmentos
em seu asteróide voador e me recompõe na forma original
Uma vez alimentado pelo pulsar das estrelas
vejo quão pequeno é o meu mundo.
Mergulho no buraco negro da vida
e observo que tudo é uma questão de tempo.
Então volto às areias e apenas escrevo eternidade...

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Quando entrar setembro"


Quando entrar setembro
E a boa nova do Beto Guedes
Tocar novamente.

Este sol de primavera
Que sonhamos juntos
Renascer o perdão.

Então as lições sabermos de cor
Já não resta aprender
Nem chorarmos muito.

Quando entrar setembro
Que as flores fizerem primavera
Quero bater-lhe na janela.

E fazer ninho no seu coração.

Autor Gilberto Fernandes Teixeira