quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Máscaras



Você chegou tão misteriosa
Com aquela face de papel metálico
Com aqueles lábios azuis brilhantes
Com aqueles olhos verdes profundos.

Como um camaleão
Seu rosto brincava com as corres
Sua respiração pedia novos amores
E seu coração pulava um carnaval.

Porém sua alma estava vazia
Seu sorriso já não disfarçava suas dores
Você vinha de um baile de fantasia
Onde as máscaras caíram...

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O "Ser Tão"



Vivo neste “Ser tão” mineiro
E não o conheço por inteiro
Nem quantas veredas ele possui
Nem quais são as tocaiais da vida.

Já vi dormentes abandonados
Esperando por trens fantasmas
Vejo sempre lagartixas nas paredes
Ao sabor do sol escutando cigarras.

Sinto o tempo e o vento das montanhas
Estou plantado no cerrado
Aguardando o cantar da mãe da lua
Para enfim quebrar meu encanto.

Já fui lobo guará nas madrugadas
Tamanduá bandeira as tardezinhas
Zabelê e cascavel ao meio dia
Mas hoje sou apenas um João de barro.

Meu “Ser tão” tem diamantes
Esmeraldas e turmalinas
Mas é nos olhos das meninas
Que seu brilho é mais cortante.

Meu “Ser tão” tem muitas moradas
Até parece com o paraíso
Será meu Deus que lá no céu
“Ser tão” mineiro será preciso?

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A todo vapor


Lá se vai o vapor
Levando meu amor
Nas tardes ensolaradas.

Lá se vai o meu coração
Dentro da gaiola
Na mais pura paixão.

Lá se vai o vento
Querendo acompanhar
Os meus pensamentos.

Lá se vai o sol
A todo vapor
Lá se vai o meu amor

Apitando de saudades.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mulheres



Quem são elas?
São rosas,
São flores,
Ou são constelações?

Mães das galaxias
Só elas sabem das dores e das delicias
De serem desejadas
De gerarem estrelas.

Muitas sofrem
Padecem no paraiso
Como se precisasem
Choram pelos seus filhos.

Algumas são musas
Outras são Deusas
Ninfetas  do amor
Motivo das paixões.

Algumas choram
Outras fazem sorrir
Algumas são doces
Outras são sal.

Mas não importa o que são
Se belas ou feias
 Pedaços da costela de Adão
Todas são apenas mulheres.

Autor: Gilberto Fenandes Teixeira

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Sonhar



Não lembro de todos meus sonhos
Talvez tenha sonhado pouco
Mas os poucos que tive
Compensaram...

Quase nunca tenho pesadelos
Sempre acordo com cara de sono
Pois a cama é uma delicia perigosa
Um convite à preguiça eterna.

Meu mundo de sonhos é límpido
Como céu cheio de  balões coloridos
Em um dia de poucas nuvens
Tenho sempre muitos horizontes.

Mas já sonhei amando a minha donzela
Cenas de um filme em Hollywood e Belive Hillsong
Mas os melhores sonhos são as utopias
 Pois agente sempre acredita que um dia vai poder realizá-las.

E talvez assim vamos construindo a mossa realidade.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Orla



Meu coração é uma orla
Que fica de frente pro mar
O meu peito é uma rocha
Que se desgasta devagar.

Meu interior é uma ilha
Que fica sempre escondida
Protegida por recifes
Para guardar o bom da vida.

Meu horizonte é sempre verde
Para manter a esperança
Meu o céu é sempre azul
Para lembrar a minha origem.

O tempo que me cerca não passa
Se passa. Não o sinto gastar
Meu coração é uma rocha
Que fica de frente pro mar

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sem respostas



Rasgo minha vida
Entre os rastros de planetas
Volto à praia cósmica
A espera da nave mãe.

Vejo apenas luas e sois
E a água verde da esperança
Piso nas areias do destino
Mas o dia teima em findar-se.

Meu coração pulsa como estrela
Uma nebulosa se aproxima
A aurora boreal engole o horizonte
Estou meditando no espaço.

Onde?
Quando?
Como?
E por quê?

Mas não obtenho respostas!

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O resto do tempo


Olho o meu tempo
Indo embora
Sem lenço
Sem documento.

Nada no bolso
Ou nas mãos
Levando meu coração
Deixando apenas saudades...

Ouço as músicas do tempo!

Tempo rei”
“Não me iludo
Tudo permanecerá
Do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando
Todos os sentidos...

“Tempo perdido”
“Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...

E me esqueço do resto do tempo...

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Tempestades



Tem dias em que o coração enfrenta tormentas
Em que as tempestades se aproximam
Que os ventos uivam nos céus e desertos
E os raios racham a atmosfera da calma.

São nestes dias em que somos provados
Nossos valores e nossas expectativas vitais
Sobre qual rocha fundamos nossas casas
De fato, quais são as nossas razões e utopias.

Depois dos vendavais vêm as calmarias
“O choro pode durar uma noite”
“Mas a alegria vem com o amanhecer.”
Nestas horas é que precisamos vencer o mundo.

 Um dia as tempestades serão furacões
                                            E nos arrancaram pela raiz
Então só nos restará uma alternativa
Deixamos o vento nos levar...

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

domingo, 12 de fevereiro de 2012

As cores posam

Somente uma pergunta é que vai ficar no ar
“A razão de viver é mesma razão de amar?”
Já as cores das penas não nascem conosco
Mas nos cobrem e nos colorem com o tempo...

Será que ser pássaro não é querer ser flores
Com asas?
Quem sabe é ter invejas do arco-íris
Vejo sempre os dois juntinhos no céu.

“Mas tem horas que as cores pousam e posam”

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Eu deserto



Sim, sou eu deserto
Cheio de mim mesmo
Vazio de você.

Triste como as areias
Miragens vagas
Faraós sepultados.

Múmias esquecidas
Tesouros roubados
Pirâmides ao sol.

Sim, sou eu deserto
Em dia de tempestade
Morrendo de saudades.

Dessecando lembranças
Coração magoado
Moendo dores de amor.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Aspirais imaginárias



Quero mergulhar em um túnel colorido
Onde brilha o arco íris das cores
Onde nascem os sonhos dos amores
Onde ficam os perfumes das flores.

Quero rodar e rodar e me esquecer do passado
Descer e subir por aspirais imaginárias
Mergulhar profundamente no oceano do sossego
Fazer uma lavagem cerebral das memórias.

Quero sentir o movimento dos olhos
Uma hélice batendo contra o vento
Um túnel que se abre em pensamentos
Uma pequena tontura dentro do labirinto.

Quero me perder completamente
Na metamorfose das asas das borboletas
E me camuflar nas linhas eqüidistantes
Que me puxam em direção a eternidade.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Branca



Quero minha alma branca
Como flores brancas
Leve com o uma pena branca
Quero todo branco dos anjos.

E se ainda o branco não estiver alvo
Quero o branco do branco da neve
Quero o branco da luz
Quero o branco da pele branca.

Depois vou embrulhar tudo em papel branco
 Escrever com letras brancas
E mandar em branco
Para que ninguém consiga ler.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A erosão




Não, não sei imaginar.
È um mistério
Rochas sendo devoradas
Lentamente...

Pelas águas
Pelas chuvas
Pelos ventos
Apenas uma erosão.

Assim é a vida
Lambendo..
O passado o presente
E o futuro.

Como quem degusta um picolé
Em pleno deserto...

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Flores bonsai



Observando o mundo
Descobrir várias formas
Somos assim multiformes
Como quis os olhos de Deus.

Cada um com seu valor
Com seu talento
Com seu corpo
Com sua sina e cisma.

Estamos espalhados
Por todas as partes
Do fundo do mar
Até o alto das montanhas.

Temos o mesmo DNA
Somos parentes próximos
Temos células vivas
Somos animais e plantas.

Mas a mais incrível das formas
Está na adaptação da resistência
De como vencemos o mundo
E nos tornamos bonsai na vida.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Rastros



Juro que tentei fugir
Mas seu vento me alcançou
Suas areias me tamparam
E agora estou deserto.

Minha vida abafada
Meu tempo quente
Meu horizonte amarelo
Meus cabelos ondulados.

Não aguardo mais as chuvas
Não dou mais notícias
Perco-me em miragens
Não tenho oásis.

Levo uma vida seca
Em um sol causticante
Com tempestades de areia
Sonhos de rastro de cobras.

Mas aguardo seus passos
O pés do seu camelo
Uma gota de seu suor
Para novamente estarmos juntos.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O canto da dor



Não venho falar dos pássaros
Tão pouco das flores
Menos ainda dos amores
Mas quem sabe das dores.

Estas dores que agente sente
Quando está carente
Quando está doente
Quando quer ser diferente.

Lembre-se que as dores passam
Mas elas querem nos dizer alguma coisa
Talvez sobre a razão da vida
Ou os porquês da falta da nossa “felicidade”...

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O ciclo



Estou recolhendo tulipas
Colocando em vasos com água
Quero conservá-las  fresquinhas
Com o mesmo cheiro do campo.

Minha vida é como a das abelhas
Adoro flores e odores
Vou longe atrás de uma delas
Só fico feliz quando as encontro.

Para mim a vida é simples
Basta apenas um vaso cheio de água
E flores vermelhas nadando
É o meu amor se decompondo.

Mas você poderia me perguntar
E se um dia seu amor acabar?
Então lhe respondo com muito carinho
Que o amor é um ciclo eterno.

“Que é dando que se recebe”

Autor: Gilberto Ferandes Teixeira